Arquivo diários:agosto 21, 2013

O Instigante Frederico I Barba Roxa – Uma Biografia e Imagens.

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 Frederico Barba Roxa, manuscrito século XII, autor desconhecido

Escrevo essa pequena biografia para registrar um dos maiores cavaleiros medievais. Pouco estudado mas uma vida cheia de indagações que nos levam a pesquisas e perspectivas futuras a respeito do imperador Frederico.

Frederico I da Germânia nascido em Waiblingen ou Ravensburg, 1122 e morto em Cilícia, 10 de junho de 1190), também conhecido por Frederico Barbaroxa, Frederico Barbarossa (ou simplesmente o Barbarossa) e sob a forma aportuguesada de Frederico Barba-Ruiva. Foi imperador do Sacro Império Romano-Germânico (1152-1190), rei da Itália (1155-1190). O nome “Barbaroxa”, forma aportuguesada do italiano “barbarossa” (isto é, barba ruiva) popularizou-se apesar de seu evidente despropósito, pois o significado original é “barba vermelha”, devido à longa barba ruiva que ele usava.

Grande cavaleiro, ganhador de vários torneios medievais. Em razão destas vitórias, manteve sequestrado vários oponentes e ganhou destes dezenas de cavalos e armaduras. Um dos melhores lanceiros descritos em manuscritos nas justas, luta somente com um oponente, pois possuía uma técnica singular de levantar e direcionar o bastão-lança contra o adversário somente quando estava a poucos metros do mesmo. Aspecto inigualável durante a Idade Média em torneios. Usava, sempre, simultaneamente três espadas e três adagas que se entrelaçava junto a sua cintura. Armas brancas pesadíssimas, mas que segundo alguns não perturbava o imperador em momento nenhum.

Pertencente a casa dos Hohenstaufen, filho de Felipe, O Zarolho, com a morte de seu pai, herdou o ducado da Suábia, e foi eleito imperador pela Dieta de Franco-Forte com a morte de seu tio, Conrado III em 1152. Coroado em Roma em 1155 pelo Papa Adriano IV. Todo o seu reinado seria preenchido por uma série de batalhas para lá dos Alpes, onde chocou-se com a feroz resistência das cidades lombardas, principalmente Milão, apoiadas pelo papado. O imperador entrou rapidamente em conflito com a Santa Sé em 1159, contra o Papa Alexandre III, eleito pelos cardeais e reconhecido na Itália, França e Inglaterra, suscitou o antipapa Vitor IV, que fez reconhecer no sínodo de Pávia, os conflitos foram enormes e sangrentos em virtude da atitude anti Roma adotada pelo imperador Barba Roxa. Frederico foi finalmente vencido em Legnano, em 1176, pelas tropas da Liga Lombarda e teve de assinas a Paz DE Veneza, em 1177, humilhando-se prosternou-se aos pés do Papa, que apenas por este preço lhe concedeu o beijo da paz. As pessoas que conheciam Barba Roxa, jurariam que ele nunca faria isto. A rudeza do imperador e o seu orgulho curvaram-se diante do pontífice. Depois pela Paz de Constança, 1183, reconheceu a independência, de fato, das cidades lombardas.

Chefiou a III Cruzada com Filipe Augusto e Ricardo Coração de Leão, em 1189, realmente um trio de ferro, grandes cavaleiros e grande carisma junto as suas tropas. Obteve alguns êxitos sobre os turcos na Ásia Menor, mas o seu exército foi dizimado pelas doenças e esse grande cavaleiro, depois de enfrentar as mais terríveis e sangrentas batalhas, teve o infortúnio de morrer afogado nas águas do rio que hoje se chama Tarsus Xayi.

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 Frederico I Barba Roxa e o seu filho numa miniatura da Crónica dos Guelfos (século XIII).

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A Cota de Malha Medieval – Incômoda mas Eficaz

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A cota de malha medieval se chamava originalmente mail(malha) ou chain (cota) na Inglaterra e maille na França maillé significa “trançado”. Somente no século XVIII o termo “cota de malha” se tornou comum. Também conhecido na Europa como Hauberk, palavra dos francos, que significava “proteção do coração e pescoço”

A malha é construída a partir de elos de arame circulares, feitos em torno de um cilindro. Quando prontos, os elos são soldados ou fixos com rebites, formando uma túnica. O resultado é uma armadura flexível, mas incômoda e pesada. Chega a pesar entre 14 e 20 Kg. Eficaz contra a maioria das armas de corte, vulneráveis a bestas e armas pesadas como lanças e massas e martelos maiores. Em virtude disso, os guerreiros, contra golpes mais intensos, a usavam sobre uma armadura acolchoada, feita de lã e outros materiais que ofereciam mais resistência contra impactos.

Os fabricantes de cota de malha enlouqueciam lentamente, unindo os elos para formar a malha, contam os manuscritos nos relatos dos ferreiros das cortes medievais.

O autor romano Varro atribui a invenção da cota aos celtas. O exemplar mais antigo existente foi encontrado em Ciumeşti na Romênia moderna e é datado do século V a.C, entre 400 e 450. Exércitos romanos adotaram tecnologia semelhante de pois de encontrá-lo. A cota de malha foi amplamente usada durante a primeira metade do último milênio, estando presente em toda a Europa e Ásia, mas foi no século XII d.C. que atingiu o ápice. Cobrindo todo o corpo do cavaleiro, do guerreiro, a túnica básica de malha era associada a peças individuais para os braços, as pernas e a cabeça, de modo a oferecer uma proteção mais completa.

A cota de malha encontrada nos labirintos da Catedral de Praga, que data do século XII, é um dos primeiros exemplares encontrados intactos na Europa Central e que alguns historiadores alegam ter pertencido a São Venceslau, mas sem maiores análises para comprovação.

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Estátua em homenagem a São Venceslau, Catedral St. Vitu’s, de 1373, Praga, República Tcheca.

Os cavaleiros não usaram essa armadura, cota de malha, por muito tempo. Placas de metal forma sendo aplicadas e adicionadas à malha e as armaduras se tornarem cada vez mais sofisticadas, a partir do final do século XIV. Já os soldados de infantaria vestiram cota de malha até o fim da Idade Média. No Japão , uma forma de cota de malha chamada kusari Katabira (jaqueta cadeia) era comumente usado pelos samurais. Acota de malha foi uma peça de defesa e ainda hoje continua a atrair a atenção de todos. Sua eficácia foi notável, mas usá-la requeria uma certa paciência e habilidade de manuseio. Salvou inúmeras vidas na Idade Média e foi, sem dúvida, segundo dito popular, a segunda pele dos anjos que forneciam aos cavaleiros.

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Os anéis de uma cota de malha medieval.

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