Os sapatos com os dedos longos e extremamente torneados começaram a ser usados no início do século XII na Europa Ocidental. As origens desses sapatos foram, por fatos não muito comprovados e mais por tradição, colocado nos pés do conde d’Anjou, que tinha a necessidade de cobrir os dito cujos em virtude de deformidades enormes. Acredita-se que seriam enormes joanetes ou dedos disformes e grandes, tanto que o chamavam de o nobre pato. Outra tradição coloca a origem de tal sapato vinda dos árabes, Oriente Próximo, e que a mesma teria existido desde os sumérios, mas também sem possibilidades de comprovação histórica. Há certos manuscritos, século XIII, que relatam cruzados citarem tais calçados como sendo cômodos e que levariam tal comodidade aos seus reinos e feudos. Esta última análise nos parece mais convincente, pois há relatos de 12 cruzados transcritos em pergaminhos, encontrados em uma embarcação náufraga, que foi encontrada muito bem conservada, no mar Mediterrâneo, que nos diz que os mesmos, os cavaleiros, levariam vários pares para as suas esposas e filhos.
Uma série de obras sobre a história do figurino medieval refere este tipo de calçado de “pigases”, que parecem encontrar suas origens na menção de pigaciæ e pigatiæ em Ordericus Vitalis, ou “pigache” em francês. Estes referidos sapatos com pontas longas começaram a aparecer no início do século XII. No entanto no decorrer dos anos suas pontas foram crescendo exageradamente, crendo que mais longos os sapatos mais elegantes e sofisticados eram eles. Algumas pontas atingiam mais da metade do calçado, às vezes, atingindo mais de 20 cm. Os sapatos mais longos eram “recheados” com acreditem, musgo, cabelo, lã e até farinha de trigo.
As variações dos calçados em suas extremidades tinham como adornos: rabo de peixe, serpente, escorpião e outras. Mas a maioria usava os
calçados sem maiores extravagâncias. Acho que os exageros ocorriam em festas, grifo meu. Esse estilo, das pontas longas, permaneceu popular ainda no século XIII e XIV, mas nunca desapareceu completamente ainda no século XV, mantendo um padrão mais sóbrio e com tecidos de pelúcia, veludo entre outros. Os sapatos com estilos pontiagudos foram em sua maioria usados pela aristocracia, sendo que as pessoas comuns usavam sapatos com pontas arredondadas, mas há certas controvérsias entre os historiadores. As pesquisas continuam e certamente aparecerão novos fatos e fontes comprovando outra tese, esse é o trabalho do historiador.
Paulo Edmundo Vieira Marques
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