O Homem rico Jean Bourdichon. 1500. Domínio Público
A presença dos pais na educação dos seus filhos na Idade Média é constante e presente. É errado pensar que, no medievo a criança pequena seja educada unicamente pela mãe e que, subitamente, deixe um mundo de mulheres para ser atirada para um mundo de homens. O pai intervém também no domínio da puericultura. Quando um casal tem muitos filhos, quando a mãe sofre de uma incapacidade ou tarda em recompor-se de um parto difícil, é evidente que o pai se ocupa dos bebês, sobretudo nos meios mais desfavorecidos, não necessitando de ajuda. No meio rural, o camponês, adquire com os seus antepassados, uma cultura e instruções suficientes para cuidar de crianças recém nascidas. Nas elites os pais são presentes nestes momentos com um relacionamento e amparo moral e psicológico para com a mãe, não se descuidando dos cuidados que o bebê requer com a ausência da mãe.
Sete Sacramentos Retábulo. 1445-1450. Weyden, Rogier van der. A Atenção de da Igreja com a educação das crianças. A catequese fundamental.
Quando uma criança cresce, o pai também esta muito presente junto dos filhos. Imagens mais profanas deixam ver uma grande cumplicidade pai-filho, quer no jogo, no trabalho, no lazer. Os exemplos, principalmente do pai é assimilado de uma forma muito concreta e forte. A família medieval é uma comunidade é uma comunidade jurídica de pessoas saída do casamento que vivem “em comunhão de mesa e fogo”, mas também é uma comunidade psicológica de seres unidos por laços afetivos extremamente fortes. Colocando um contraponto a esse grande historiador Philippe Ariès que escreveu em L’enfant et la vie familiale sous l’Ancien Régime que na Idade Média não existe o conceito de infância e os pais medievos não se preocupam com a educação, nem sentem amor pelos filhos, retruco com o auxílio de outros historiadores medievalistas, com pesquisas atuais, com excelentes argumentos que demonstram que a infância medieval é uma idade da vida bem determinada por vocabulário preciso, por qualidades particulares, que pais e educadores fazem questão em ocupar-se da formação dos jovens e que existem numerosos vestígios de amor parental. O artigo de D.Alexander-Bidon “Grandeur et renaissance du sentiment de L’Enfance du Moyen Áge, em Histoire de l’Éducation é interessante neste aspecto, recomendo.
Durante o seu desenvolvimento no início dos séculos 12 e 13, a Universidade de Bolonha foi exemplo de comprometimento entre alunos e professores. Priorizando substancialmente a educação abrangente. A busca de um conhecimentos a partir dos jovens. O incentivo paternal através da família e da igreja no objetivo de um bem comum.
Paulo Edmundo Vieira Marques
Paulo Edmundo Vieira Marques
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