Arquivo diários:junho 1, 2013

Idade dos Anjos

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Toda a história da Idade Média, a minha história medieval, sem especificação de datas de seu início ou fim, esta exposta nas suas ilustrações, nas suas iluminuras. Observe atentamente aos detalhes fornecidos pelos traços dos pintores, iluminadores, escribas medievais. Ansiosos, ousados e talentosos, eles nos deixaram um legado para que buscássemos entender, nas suas obras, o que viria pela frente, no futuro. O passado estava contado, mas também nos deixaram muitas perguntas ainda a serem pesquisadas e decifradas. É preciso que busquemos essas respostas para não decepcioná-los. Só se faz isso através da paixão, da capacitação e da observação. Precisamos, em outras palavras, resumindo, de sensibilidade. Poucos a possuem e os que têm o privilégio de usufruí-la necessitam exercitá-la. Idade das Trevas, que nada, Idade dos Anjos. De dificuldades, talvez, mas todos os períodos históricos tiveram e nunca deixarão de ter. A singularidade esta nas mensagens. As imagens medievais nos disseram como foi no passado e como deveremos agir no futuro. Como proceder? Somente observe os manuscritos, as iluminuras, os livros das horas, as pinturas e deixe seu imaginário funcionar. Benditos segredos e incógnitas que deixam o presente inquieto para decifrar o medievo. Pois, “a pessoa é a última solidão do ser”.

b72Iluminura século XIV, início do século XV, aproximadamente. Fonte: British Library.

Idade Média, época das aventuras, das trilhas das pedras, da História, do tempo mutante, das transformações. O belo renasce, o olhar é perspicaz. O homem se descobre, o mundo é novo.

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Cotidiano Cruel – Execução Medieval – Ritual Infame

ck3120O caminho para o local da execução e a própria execução são objeto de uma cerimônia na qual todos os momentos têm um sentido. A rua que conduz ao suplício é sempre a mesma, em todas as cidades, e deve ser cheia de muito público: o cortejo passa a uma hora de atividade, se possível num dia de feira. A multidão aperta-se. Essa mesma multidão também pode ser solicitada quando das paradas do cortejo, geralmente nas encruzilhadas, para insultar o condenado ou alvejá-lo com pedras e lama. “Batei forte e não poupeis este debochado, pois ele prestou um serviço bem pior!” grita ainda o público. O condenado é posto numa carroça, a carroça da infâmia que é a mesma lama e do lixo das ruas. No momento da execução, um responsável pela justiça grita o ato de acusação, o dictum, ao povo que o escuta. Depois o carrasco faz o seu ofício.

os gestos e os gritos que marcam o tempo da cerimônia têm um sentido simbólico. A pena deve revestir-se de um valo exemplar e o poder afirma assim a sua roça. Mostra aos olhos de todos que pode ser poder de morte. Todos os teóricos políticos do fim da Idade Média que refletem sobre a importância da pena de morte insistem nesse ponto. A punição para exemplo manifesta-se a partir do reinado de São Luis e aumenta nos fins do século XV, no reinado de Luis XI, como o testemunham numerosas decapitações por motivos políticos, como por exemplo a execução do conde de Saint-Pol. E o próprio rei dizia que “não se pune o malfeitor pelo mal feito mas para dar o exemplo”.

A multidão esta presente para receber o exemplo e, como esta aterrorizada, pode ser dominada. Mas a multidão também esta presente para participar na execução e a sua presença é necessária à realização da pena. É testemunha da infâmia que, pouco a pouco, no decorrer do ritual judiciário, lança o condenado para fora do mundo dos vivos, excluindo-o como inútil ao mundo e irrecuperável. Tudo concorre para construir a infâmia do condenado cuja honra deve ser achincalhada para que se possa aplicar a pena. A presença do público garante a eficácia da vergonha e da lembrança da pena.

Numa época em que a honra se manifesta mais pela fama, isto é, pelo olhar e pelo julgamento que os outros dirigem sobre o indivíduo, essas cerimônias criam uma infâmia irreversível. Alguns, condenados, pedem para serem condenados de noite, e se possível afogados em vez de enforcados porquanto a desonra do cadafalso recai na totalidade dos seus familiares. Isto porque a lembrança da pena perdura para lá do castigo. Os corpos enforcados ficam por vezes vários anos na forca, até caírem em pó, e é preciso uma autorização especial da justiça para que os parentes os possam retirar e enterrar.

O ritual da pena de morte, tal como instalado no final da Idade Média, mostra bem a condenação é vivamente sentida como um atentado à honra pessoal e familiar. Mas o povo também esta presente para ser ativo. Como vimos, intervém através de gestos e de gritos que relembram o linchamento. Por outro lado, a sua presença pode revelar-se benéfica. De fato até o último minuto, a multidão pode intervir para fazer de modo a que o condenado seja agraciado, perdoado.

O medievo não foi uma Idade das Trevas mas teve suas particularidades cotidianas negativas.

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Noite de lançamento do meu livro em Capão da Canoa, berço e raiz da obra.

Lançamento do meu livro na cidade de Capão da Canoa, berço e raiz do meu trabalho.. Noite de confraternização e de autógrafos. Espero que os meus amigos da minha página comprem a minha obra. Feita com todo o carinho e dedicação. Para comprar o livro é fácil, há vários links para obtê-la via cartão de crédito. Conto com vocês. Um abraço meus amigos.

 

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