Na noite fria de Paris, chuvinha fina, meu coração disparou quando avistei a Igreja de Saint Severin. A Idade Média encravada no Quartier Latin. Pedras maravilhosas repletas de história. Sua fachada me chamava para rezar em seu interior. Feliz e impressionante surpresa ao adentrar em seu portal exuberante. Grato pelo privilégio.
A Igreja de Saint-Séverin (francês: Église Saint-Séverin) é uma Igreja Católica no bairro latino de Paris, localizada numa rua animada, a rua Rue Saint-Séverin. Pessoas, por um instante, deparam-se com a sua beleza e a admiram respeitosamente. É uma das mais antigas igrejas que permanece em pé na margem esquerda do Sena, e continua em uso como um lugar de oração.
A Igreja é dedicada a Séverin, que era um eremita que lá morava e que orava todos os dias e em todos os momentos do ano, em qualquer estação, em um pequeno Oratório rudimentar. Após a morte do Séverin, uma basílica foi construída no local. Esta foi destruída pelos Vikings e a construção da Igreja atual foi iniciado no século XI, embora suas principais características são o gótico tardio e datam do século XV. Seus recursos externos incluem algumas gárgulas finas e longas mas de uma beleza ímpar e os seus sinos, incluem o mais antigo remanescente em Paris, restaurado, data de 1412; seu toque é recordado num conhecido poema em louvor de Paris de Alan Seeger.
O interior da Igreja inclui vitrais antigos belíssimos e bem conservados e um conjunto de sete janelas modernas elaboradas e projetadas por Jean René Bazaine, inspirado pelos sete sacramentos da Igreja Católica, em torno do ambulatório da linda construção. Também inclui um pilar incomum em forma de troncos de uma árvore de Palma, peça cativante que pronto a fitemos nos paralisa pela delicadeza artística. A construção do coro em mármore foi possível graças a doações de Ana, Duquesa de Montpensier, prima de Louis XIV. O órgão é assinado Jean Ferrand.
Até 1790 Saint-Severin foi a sede do arquidiácono sul da diocese da Paris pré-revolucionária. No final do século XIX, o escritor Joris-Karl Huysmans frequentou e popularizou a Igreja. Em 1956 foi palco de uma enorme manifestação de conscritos cristãos contra a guerra na Argélia. Diante de tanta beleza e história, todos os dias, enquanto permaneci em Paris, eu ia rezar em seu interior. O lugar me cativou de tal maneira que quando fui pela última vez pedir pelos meus amigos e família, chorei copiosamente. Minha alegria se misturava com a tristeza em deixar aquele lindo lugar onde me trazia e me relembra a paz.
Saint Severin obrigado por mostrar-me a quietude e o respeito por Deus em pleno Quartier Latin.
Professor, Escritor e Historiador Paulo Edmundo Vieira Marques
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