Arquivo mensais:abril 2016

La Cavalerie – A Comenda de Abastecimento dos Cavaleiros Templários

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Paralelamente às fundações das bastides, outro tipo de aglomeração, a “comenda” foi implantada pelos templários, no século XII. Exemplos bem conservados estão no planalto de Larzac, ao sul da linda cidade de Millau.

Quando chegamos, em uma manhã maravilhosa de sol, eu pude perceber claramente que se tratava de um entreposto de abastecimento. Os templários usavam aquele local para abastecer os seus mantimentos, restaurar os seus armamentos, preservar os seus cavalos, rumo a Terra Santa. Essa linda vila medieval, ricamente preservada, trata-se de uma aglomeração voltada para o cultivo de cereais, a criação de ovelhas e de cavalos para os incansáveis combatentes no Oriente. A presença dos templários durou até 1312, quando a ordem foi extinta por determinação do papa. La Cavalerie continuou sob a gestão da Ordem dos Hospitalários, que herdou os bens dos templários. Ela, sob o comando de poucos cavaleiros, continuou acolhendo peregrinos e templários que deixavam as Cruzadas. Caracteriza-se como uma comunidade hospitaleira, característica daqueles tempos.

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A comenda de La Cavalerie é parte de um conjunto de vilas criadas na região (como: Sainte-Eulalie-de-Cernon, La Couvertoirade) que se dedicavam ao cultivo de cereais e à criação de ovinos e equinos, com o objetivo fundamentalmente de fornecer, aos cruzados alimentos, lã e cavalos.

Me senti muito à vontade na cidade, caminhei por suas ruelas, procurando detalhes em qualquer construção. Tem uma igreja, pequena e rústica, mas de uma beleza indescritível, provavelmente do século XIII. As ruas, até hoje, são recobertas com as pedras do planalto calcário e as habitações eram construídas em dois níveis: no térreo, havia espaços para abrigar os animais e depósitos para a colheita. Uma escadaria externa levava ao andar superior, onde havia os espaços para a habitação.

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A população, na maioria de camponeses, era reduzida, pois os templários não era exatamente o povoamento da região, mas sim a criação de animais e, particularmente, a produção de lã, peles e queijo (o roquefort). Fiz uma explanação em frente a um destes entrepostos característicos da cidade. Me emocionei nesse momento, pois senti que os meus amigos compreenderam a especificidade do local.

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Com a perseguição e extinção dos templários, a bela cidade, ficou sob a administração dos hospitalários que construíram as suas muralhas com as suas torres cilíndricas e imponentes. 

Na despedida da maravilhosa vila medieval, da janela do ônibus, senti um aperto no meu coração. Alguma coisa me dizia que já estive ali e que dei te comer e beber ao meu corcel companheiro de batalhas. Até uma possível volta.

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Professor, Historiador e Escritor Paulo Edmundo Vieira Marques

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Igreja de Saint-Séverin – A Essência do Medievo no Quartier Latin

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Na noite fria de Paris, chuvinha fina, meu coração disparou quando avistei a Igreja de Saint Severin. A Idade Média encravada no Quartier Latin. Pedras maravilhosas repletas de história. Sua fachada me chamava para rezar em seu interior. Feliz e impressionante surpresa ao adentrar em seu portal exuberante. Grato pelo privilégio.

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A Igreja de Saint-Séverin (francês: Église Saint-Séverin) é uma Igreja Católica no bairro latino de Paris, localizada numa rua animada, a rua Rue Saint-Séverin. Pessoas, por um instante, deparam-se com a sua beleza e a admiram respeitosamente. É uma das mais antigas igrejas que permanece em pé na margem esquerda do Sena, e continua em uso como um lugar de oração.

A Igreja é dedicada a Séverin, que era um eremita que lá morava e que orava todos os dias e em todos os momentos do ano, em qualquer estação, em um pequeno Oratório rudimentar. Após a morte do Séverin, uma basílica foi construída no local. Esta foi destruída pelos Vikings e a construção da Igreja atual foi iniciado no século XI, embora suas principais características são o gótico tardio e datam do século XV. Seus recursos externos incluem algumas gárgulas finas e longas mas de uma beleza ímpar e os seus sinos, incluem o mais antigo remanescente em Paris, restaurado, data de 1412; seu toque é recordado num conhecido poema em louvor de Paris de Alan Seeger.

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O interior da Igreja inclui vitrais antigos belíssimos e bem conservados e um conjunto de sete janelas modernas elaboradas e projetadas por Jean René Bazaine, inspirado pelos sete sacramentos da Igreja Católica, em torno do ambulatório da linda construção. Também inclui um pilar incomum em forma de troncos de uma árvore de Palma, peça cativante que pronto a fitemos nos paralisa pela delicadeza artística. A construção do coro em mármore foi possível graças a doações de Ana, Duquesa de Montpensier, prima de Louis XIV. O órgão é assinado Jean Ferrand.

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Até 1790 Saint-Severin foi a sede do arquidiácono sul da diocese da Paris pré-revolucionária. No final do século XIX, o escritor Joris-Karl Huysmans frequentou e popularizou a Igreja. Em 1956 foi palco de uma enorme manifestação de conscritos cristãos contra a guerra na Argélia. Diante de tanta beleza e história, todos os dias, enquanto permaneci em Paris, eu ia rezar em seu interior. O lugar me cativou de tal maneira que quando fui pela última vez pedir pelos meus amigos e família, chorei copiosamente. Minha alegria se misturava com a tristeza em deixar aquele lindo lugar onde me trazia e me relembra a paz.

Saint Severin obrigado por mostrar-me a quietude e o respeito por Deus em pleno Quartier Latin.

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Professor, Escritor e Historiador Paulo Edmundo Vieira Marques

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Besta, Balesta ou Balestra – Mortífera com Qualquer Designação.

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A arma que derrubava cavaleiros, fatal, instigante e intrigante. Uma arma mortífera a ponto de ser proibida pela Igreja de ser usada contra cristãos: essa era a besta, uma arma cujas setas poderiam, em certas condições, perfurar as cotas de malha e as armaduras de placas do soldado medieval.

A besta, balesta ou ainda balestra é uma arma com uma base semelhante a uma espingarda, com um arco acoplado, que dispara setas ou virotes. Como a corda do arco é tensionada e retida em um suporte, a sua potência não depende da capacidade física do atirador, permitindo um disparo mais potente que o de um arco comum.

x4792O arqueiro genovês. Na pintura de Hans Holbein The Elder – o martírio de São Sebastião

É difícil precisar sua origem, já que diversos povos a usaram. O que certas fontes nos indicam é que os chineses já desenvolveram uma arma deste tipo séculos antes da Era Cristã. Ferrolhos de bronze de bestas foram encontrados na China, em sítios arqueológicos que remontam ao século V a. C. e os mais antigos documentos chineses que citam a arma são do século IV ou III a.C. Certamente, o famoso estrategista Sun Tzu conhecia as bestas. Ele atribuiu a invenção a um soldado de nome Q’in do século VII a.C., contudo, as datas da vida de Sun Tzu e de sua primeira publicação da Arte da Guerra, também estão sujeitas a controvérsia, portanto não podem ser usadas para estabelecer as primeiras aparições da arma sem haver dúvidas.

No mundo grego, o historiador Diodorus Siculus (séc. I a.C), descreve a invenção de uma catapulta com um arco (katapeltikon), usada por uma força grega em 2339 a.C. Essa arma seria inspirada em uma besta de mão chamada gastraphetes, uma besta que se apoiava no abdômen do atirador.

x4795Iluminura de autor desconhecido. Besta na defesa de um cerco a um castelo. Entre 1220 e 1250. Fonte: British Library.

Na Idade Média, as bestas se proliferaram, inúmeros combatentes a possuíam. Ainda que um arco possua precisão comparável e taxa de tiro maior que uma besta média, a besta libera muito mais energia cinética, sendo, portanto, mortais contra armaduras, além de poderem ser usadas de forma eficaz após um treinamento de uma semana. Enquanto isso, para alcançar a habilidade no manejo de um arco, era necessários anos de treinamento.

Nos exércitos europeus, besteiros ocupavam uma posição central em formações de batalha. Normalmente, eles atacavam antes do avanço dos cavaleiros. Besteiros também eram importantes em contra-ataques para proteger a infantaria. Junto com armas feitas a partir de equipamentos agrícolas, a besta também era usada por camponeses rebeldes, como se mostrou na revolta dos Tamboritas (séc. XV), uma comunidade religiosa na região da Boêmia, considerada herética pela Igreja Católica.

Cavaleiros montados equipados com lança provaram-se ineficazes contra formações de piqueiros combinados com besteiros, geralmente eram recrutados os genoveses, os mais habilidosos, cujas armas podiam penetrar a armadura da maioria dos cavaleiros. O desenvolvimento de mecanismos para rearmar permitiu o uso de bestas sobre o cavalo, levando ao surgimento de novas táticas de cavalaria.

x4796Batalha de Crécy, Guerra dos Cem anos. Apesar já do uso de armas de fogo em combate, nota-se na ilustração, inúmeros besteiros em combate. Chroniques de Jean Froissart.

Devido à sua letalidade a besta foi proibida pela Igreja Católica de ser usada de cristãos contra cristãos, ficando seu uso liberado contra “infiéis”. O II Concílio de Latrão, em 1139 emitiu a primeira proibição, reforçada por um breve do papa Inocêncio III. Claro que essas ordens eram sumariamente ignoradas nas batalhas europeias. O rei inglês Ricardo Coração de Leão morreu por complicações devido a um ferimento causado pela seta de uma besta, em 1199.

Progressivamente, a besta foi substituída pela arma de fogo, apesar de as primeiras armas terem taxas de recarga mais baixas e menor precisão que as bestas contemporâneas.

 

Professor Paulo Edmundo Vieira Marques

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Sainte-Eulalie-de-Cernon – Comando Templário

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A Comenda de Sainte-Eulalie-de-Cernon, também conhecida como como Sainte-Eulalie Larzac era uma base de comando de guerreiros templários (inicialmente um pequeno mosteiro que pertencia a ordem religiosa e militar da Idade Média), localizada no departamento de Aveyron, no sopé do planalto Larzac 20 km ao sudeste de Millau.

Maravilhosa vila templária. Meu coração foi arrebatado de enorme tranquilidade quando adentrei em suas ruelas repletas de história. Prontamente agradeci a graça e o privilégio de desfrutar daquele momento. O lugar, acolhedor e lindo, exalava paz.

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Um dos interesses da visita a esta região reside precisamente na concentração de vestígios templários importantes, e no fato de o Larzac não ter mudado muito desde esses tempos. É bom começar passeando por Sainte-Eulalie-de-Cernon. Partindo de La Cavalerie, pois as duas cidades completam-se em seus roteiros, desce-se até lá por uma agradável estradinha sinuosa bordejada por buxos enormes e cobertos de folhas. Situada num plano inferior em relação ao planalto propriamente dito, a povoação domina uma parede rochosa que margina o Cernon. Conserva as suas muralhas e inúmeros vestígios. No entanto, o recinto murado, tal como podemos vê-lo hoje em dia, data dos Hospitalários que sucederam, no local, aos Templários. A cidade é de extrema importância no contexto templário na região e posteriormente em um âmbito maior. Sua localização e política guerreira foram um alicerce definitivo na construção da Ordem do Templo.

x4721A Ordem do Templo mudou-se para Sainte-Eulalie-de-Cernon em 1153, quando Raymond, abade de Gelonne (Saint-Guilhem-le-Desert) patrocina generosamente a igreja templária de Sainte-Eulalie através de uma anuidade considerável. Esta primeira doação, significativa, marca o início da instalação dos Templários no planalto Larzac e será seguido por muitos outros a partir de pequenos senhores locais, que são incentivados por generosos patronos como o bispo da região, o conde de Rodez e  o abade de Conques.

Em 1159, Raymond Berenger, conde de Barcelona e rei de Aragão doou todos os seus bens para o Templo da vila de Sainte Eulalie de Larzac. Esta doação também permitiu que os Templários construíssem inúmeras fortificações no entorno da região. Através de trocas, compras, vendas, doações, etc, os Templários conseguiram tornarem-se os principais proprietários das terras de Larzac desenvolvendo um habitat composto principalmente na construção de aldeias de sustentação aos seus objetivos cruzados e plantação de alimentos e pecuária.

x4720Em Sainte-Eulalie-de-Cernon, os Templários objetivaram primeiro fazer o trabalho da expansão da igreja e construir os edifícios da Comenda. A arquitetura da cidade vem na forma de um quadrilátero limitado a leste pela praça da cidade. Originalmente, este quadrilátero foi ladeado por torres quadradas em cada canto, exceto a igreja onde avista-se a excelência da construção maior e central. A parte oriental da Comenda, isto é, que tem vista para a praça, consistiu na construção, incluindo o dormitório e refeitório dos cavaleiros. O piso superior do edifício serviu como casa para o comandante. A parte norte do quadrilátero era ocupado pela igreja e os outros dois lados eram os alojamento dos funcionários e estábulos, celeiros, forjamento, e outros edifícios agrícolas.

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Durante a prisão dos Templários em 1307, o inventário preparado pelos Comissários reais mostra que o comandante tinha material, guardado nestas construções como: cinco bestas, dez capacetes, dois bancos, duas lanças e uma cota de prata. Também possuíam em Sainte-Eulalie-de-Cernon e La Cavalerie 35 cavalos, incluindo burros e mulas e 22 bois. O inventário também continha 120 bovinos, 24 suínos, 180 caprinos e 1.725 ovinos divididos entre as duas cidades.

Como La Couvertoirade e La Cavalarie, os habitantes de Sainte-Eulalie-de-Cernon tinha permissão para levantar as paredes ao redor da cidade para proteger os ataques dos mercenários que cruzavam a região durante a Guerra dos Cem Anos.

A pequena cidade, o Comando Central, ainda hoje, possui dentro de suas construções e na sua bela praça, uma aura encantadora e arrebatadora do medievo. Seguidamente me vejo olhando para o além, com saudades desta inesquecível cidadezinha medieval, sede do primeiro quartel general dos templários.

 

Professor Paulo Edmundo Vieira Marques

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Saint-Antonin-Noble-Val – Os Primórdios do Cristianismo em Aveyron

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Saint-Antonin-Noble-Val (Saint Antonin em occitano) é uma linda cidade medieval na comuna de Tarn-et-Garonne, departamento no Midi-Pyrénées região no sul da França. Um lindo monumento medieval a céu aberto. Encantadora e emocionante experiência.

A cidade tem o nome de Antonino de Pamiers, que trouxe o cristianismo para a região de Rouergue. Ele foi martirizado em 305 D.C., quando a sua tentativa de cristianização não deu certo. Mas a semente fora plantada.  Acredita-se que os seus restos mortais possam estar enterrados em uma abadia da cidade fundada no século IX por Festus, o governante local da Vallis Nobilis. Conta a lenda que Saint Antonin foi o primeiro evangelizador de Rouergue (atual Aveyron), o que influenciou na escolha do nome da cidade

A implantação do cristianismo foi sedimentada e ampliada pelos beneditinos no século XI, e foi concretizada por volta de 1150. No final do século XII passou para o controle dos agostinianos, Cônegos Regulares . Hoje, existem apenas alguns fragmentos que sobreviveram, mas as referências da arquitetura da época permanecem intactas.

As ruelas, são maravilhosas, as esquinas impressionam pela preservação, os prédios conservados nos remetem ao passado. Em cada cantinho encontra-se um café, que por sinal foi um dos melhores que até hoje eu tive oportunidade de degustar.

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Saint-Antonin tem a câmara municipal mais antiga da França. A primeira menção registrada data de 1155, serviu como casa residência nobre dos mandatários da cidade. Em 1212 foi comprado pelos cônsules (vereadores) e foi referida como La Maio del Cossolat. Os cônsules a desocuparam em 1791 e hoje abriga um museu local. Por sinal de inúmeras peças. Interessantíssimo.

O antigo castelo de Vallette (castrum vallatum) foi construído em 1180 por Fortuné de Valletta, filho do visconde Archambauld, que morreu na Terra Santa em 1190. Este castelo está localizado no topo de um penhasco íngreme com vista para o Aveyron, pertinho de St. Antonin, e suas ruínas ainda são visíveis. Também é conhecido como Château de Bône. (A família Vallette deu seu nome à capital de Malta, Valletta, que foi fundada pelo Grão-Mestre da Ordem de Malta, Jean Parisot de la Valette.

O Canal de Bessarel, é de uma beleza ímpar, foi construído no século XIII para atender a um moinho da cidade com a sua fábrica de curtumes, ainda hoje em funcionamento.

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Os senhores de Saint-Antonin adotaram o Catarismo, o que resultou na tomada da cidade por Simon de Montfort, em 1212. Triste passagem da linda vila, com inúmeras pessoas mortas e torturadas. A cidade foi sitiada durante a Guerra dos Cem Anos e duramente castigada pelos ingleses. Durante as Guerras de Religião, o povo da cidade sofreu ainda mais. Tendo adotado a Reforma, a cidade foi pega na luta entre católicos e protestantes e vários monumentos foram tristemente destruídos. Em 1622, durante a rebelião Huguenot , Louis XIII tomou a cidade. Louis XIV, renomeou a cidade para Saint-Antonin-Noble-Val e financiou melhorias importantes. Tornou-se um importante fornecedor de couro e roupas de cama. Em 1681, os protestantes foram excluídos da política e do conselho da cidade, mas a cidade ainda tem um importante templo. Após este período a cidade gradualmente perdeu seus privilégios e sua influência diminuiu. Por um período, após a Revolução Francesa, a cidade foi chamada de Libre-Val, mas logo voltou ao nome Saint-Antonin.  Em 1962, Noble-Val foi acrescentado ao nome da cidade mais uma vez.

Hoje, Saint-Antonin-Noble-Val ainda tem uma estrutura medieval autêntica; as ruas e muitas fachadas do centro da cidade não se alteraram durante 800 anos. Ela apresenta uma série de construções com pedras arqueadas e casas em enxaimel* e passarelas com pórticos intrigantes e espetaculares, ahhh e posso sentir o delicioso cheiro do café serpenteando as ruelas maravilhosas da saborosa, histórica, Saint- Antonin-Noble-Val.

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*O Enxaimel, ou Fachwerk (originário de “Fach” assim denominavam o espaço preenchido com material entrelaçado de uma parede feita de caibros), é uma técnica de construção que consiste em paredes montadas com hastes de madeira encaixadas entre si em posições horizontais, verticais ou inclinadas, cujos espaços são preenchidos geralmente por pedras ou tijolos. Os tirantes de madeira dão estilo e beleza às construções do gênero, produzindo um caráter estético privilegiado. Outras características são a robustez e a grande inclinação dos telhados. Na adaptação do enxaimel às características climáticas da região, foi necessária a implantação, por conta da elevada umidade local, de uma estrutura feita de pedra que sustenta as construções evitando que a madeira se molhe.

Professor e Historiador Paulo Edmundo Vieira Marques

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