Arquivo diários:janeiro 10, 2017

Notre Dame de Grasse – Sublime Paz

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No meu segundo dia em Toulouse, França, tive o privilégio de visitar o Museé des Augustins. Depois de tantos anos estudando a Idade Média me deparei com uma obra divina. No primeiro momento que olhei para a estátua de Notre Dame de Grasse, senti a mão da mãe de Jesus me acariciar. A sensação foi de uma enorme paz. Senti, perfeitamente sussurros em meu ouvido dizendo, “vá em paz e mostre-lhes o caminho do bem”.

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Sem dúvida, para mim, a representação da Virgem e o Menino mais impressionante da Baixa Idade Média. Ela contém, um nome, de uma inscrição com caracteres góticos que se encontra na sua base, em ambos os lados em um escudo infelizmente inelegível. Se a sua proveniência local, parece assegurada, o seu autor é de difícil analise e decifração. Somente o estudo estilístico ajuda a colocá-la nos anos 1460-1480. Seu rostinho com um olhar pensativo e melancólico é encontrada particularmente em grande parte na escultura local, do Tarn e Aveyron; os seus vestidos longos, caindo aos pés da Virgem, é uma característica das obras sacras femininas da região. Um trabalho exemplar de restauração foi feito para restabelecer esta magnífica obra e a sua delicada policromia de origem.

O estudo de sua restauração também forneceu uma oportunidade única para melhorar o conhecimento da obra e sua história. Uma comissão foi convocada, composta por historiadores, acadêmicos, curadores e restauradores, para ajudar o museu nas melhores escolhas para a sua restauração mais aproximada da obra original.

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Escultura icônica do Museu Augustins e da cidade de Toulouse, Notre Dame de Grasse tem sido objeto de uma atenção muito especial dos visitantes do museu.

Hoje a restauração está concluída e a sua beleza encanta, cativa nos hipnotiza de uma maneira prazerosa e respeitosa. Apesar de não sabermos o autor da obra, fica-nos a impressão que nos foi agraciada pelo Espírito Santo tamanha singeleza e perfeição.

De acordo totalmente com o grande historiador francês Phillippe Ariès minhas considerações a respeito da Virgem é coincidente em seus extremos elogios; cita o grande observador da História;

“Si, dans une fuite de fin du monde, il me fallait n’emporter qu’une seule œuvre d’art, peinture ou sculpture, je ne me laisserais pas tenter par les plus célèbres, vues et revues cent fois avec la même délectation, une prédelle du Sassetta, un Vermeer, un Manet, non, sans hésiter, je choisirais : Notre-Dame de Grâce. Ravissante, elle ne manque pas de rivale dans le charmant art marial du XIVe au XVIe siècle. Mais aucune n’est aussi proche de mon cœur, aussi liée à ma vie”.

Phillippe Ariès, “Notre Dame de Toutes les Grâces”, Le Nouvel Observayeur, 23-29 décembre 1983, p. 40.

Sublime Virgem, Paz que emana, agradeço a oportunidade de tê-la conhecido, tocá-la. Notre Dame de Grasse não se preocupe seus pedidos em seus sussurros eu estou repassando-os da melhor maneira possível para os homens de boa vontade.

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Paulo Edmundo Vieira Marques – Professor, Historiador, Escritor Medievalista.

Este artigo é uma homenagem para a minha querida amiga Patricia Jane Dugan.

 

 

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