A Espada – A Força do Cavaleiro

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A espada na Idade Média tratava-se de uma palavra divina, símbolo de bravura e poder. Marca de uma condição nobre e militar, a espada é a ordenadora da Criação, destrói a ignorância e o mal, mantém a justiça e a paz, permitindo ao Cavaleiro captar os conhecimentos e libertar-se das paixões. Imagem ígnea, axial, fazendo do Cavaleiro um “herói solitário” a exemplo de Cristo, a arma é o elo vertical entre o Céu e a Terra, tal com o Cavaleiro, canais por onde comunicam o Princípio e os homens.

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Rei Ricardo I, Coração de Leão, Estátua em frente ao Parlamento, Londres. UK.

Cruz Luminosa, a espada é também a imagem da cruz, nova Árvore do Mundo sobre a qual, como Odin, foi içado o Verbo Incarnado, vindo para vencer a morte e resgatar os pecados do mundo. Portador da espada-cruz, o Cavaleiro, é a imagem viva de Cristo, cujo regresso à Terra prepara. Nesta base, os textos medievais não hesitam em fazer da espada um ser vivo dotado de certa vida, mas “vida” ligada à a do seu portador, e de um nome, o qual é uma coisa viva e possui um poder do criador quando pronunciado, tal como Joyeuse (a espada de Carlos Magno) Excalibur (Arthur), Hauteclair (Oliveiros), Durandal (Rolando), etc. A espada tem uma “alma” simultanemaente distinta e comum à do Cavaleiro de que recebe força e sopro vital (anima, dá-lhe atitude). Ao brandi-la, o Cavaleiro prolonga a sua própria alma sensitiva pela alma vegetativa da arma, permitindo-lhe atingir, por analogia, o Principio Primeiro, por conseguinte pôr em contato o Céu e a Terra.

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Master of Ghent, Pintores Flamengos. Início do Século XVI.

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Retrato de Felipe, o Belo. Portrait of Philippe le Beau 1478-1506; revers: Saint Liévin.

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Warrior Giorgion with its Equerry. Cavazzola

Paulo Edmundo Vieira Marques

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